domingo, 21 de outubro de 2012

Vontade



Muita vontade de sentir seu cheiro, tocar seu pescoço numa sequência de beijos longos, lentos, intermináveis

Sentir você encaixado em mim, o delicioso peso do seu corpo me tomando por completo, me fazendo sua

Suas mãos deslizando com precisão, sua boca cheia de sede abraçando meu seio

Vontade de receber o seu olhar e sorriso cheios de vida e desejo, e de me dar a você mais e mais
De novo e de novo e de novo

Vontade de sentir o nosso movimento de amor incessante, como um só corpo fora de qualquer controle

Vontade

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Se a morte...


Uma graça me veio ao coração...a lembrança da morte, do pós-morte
De tudo e todos que deixarei para trás mais cedo ou mais tarde
De toda a vida que não será mais minha
Só lembranças, memórias

Sentir a morte todos os dias, logo pela manhã, deveria fazer parte do pacote da vida
Que maravilha seria!
Ela podia nos visitar mais vezes...
Só assim me recordo, sentindo com o coração e com todos os sentidos, o quanto a vida é bela, doce, mansa e preciosa
Só assim o aparente problema ou drama se dissolve, porque, diante da morte, se torna absoluta e completamente insignificante, inexistente, fraco, vazio, sem razão de ser

Se ao menos o cheiro da morte me visitasse todos os dias, como hoje, eu teria mais coragem
Me divertiria mais, pensaria menos, mediria menos, tentaria acertar menos, me declararia mais, explicaria menos, riria mais!
Certo?!
Qual?!
Certeza mesmo só que um dia a Mitzi não será mais a Mitzi, com seus velhos hábitos, opiniões, medos, planos, ideais, ambições, amigos, pais, irmãos, romances, sonhos, defeitos, virtudes
Tudo, absolutamente tudo será desfeito, desconectado, apagado

Então, qual é o propósito de se apegar de forma tão ferrenha a cada um desses personagens, figurinos e cenários?
Por que não desfrutar com alegria, regozijo, gratidão e presença plena de cada momento, tendo como solo apenas o amor e a solidariedade, apenas o cultivar da pureza de cada intenção?
Reverenciar a vida em si, independente deste ou daquele resultado, desta ou daquela vitória
Leveza, alívio...
A lembrança da morte deveria ser vívida em nós
Só assim viveríamos em paz.

Goiânia, 15/8/2012

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Recebo


Sua fragilidade me fortalece
Sua força me sustenta
Seu brilho, o sorriso multicolorido
Incrível ter o privilégio de poder escoar pra você, só pra você, todo o meu bem querer, já tão antigo seu

Na sequência de emoções que me invade, ainda assim sigo tranquila, certa de querer seguir tão bem acompanhada
Mais viva, mais gente, mais presente
Você é o presente que até bem pouco eu não me dava por merecer
Aceitei
Recebo
Te recebo em mim, com a alegria de uma criança que descobre que brincar é divertido e permitido.

Rio, 27/12/2011