Fico com a impressão, assim nítida, de que ainda amargarei diante do espelho
O espelho que reflete a teimosia, rispidez, arrogância, frieza, vaidade
Tudo distorcido no disfarce de homem belo
Ainda assim, em meio à tão pouca austeridade, está lá toda a pureza do ser, que se revela quando menos se espera
Doce e suave, sensível e sedutor, muito agradável...
Percebo-me então incoerente
Discurso distante da ação, da atração
Todo o texto que repudiava, o estilo turbulento de relação afetiva, agora se vê encarcerado e traído pelas próprias palavras
Não há mesmo o que escolher, há só que observar
E de tanto observar, uma hora há de ser diluído tudo o que ilusório for.
Rio, 22/9/2011