terça-feira, 26 de março de 2013

Impiedosamente, cantam


Que saia como alien nesta transcrição que me consome
Que o ódio, a ira e a vingança fiquem todos aqui nestas páginas mal alinhadas
Que os pássaros mantenham seu silêncio por ao menos mais alguns minutos, até que eu me dê conta que não me entrego mais à noite, mas sim às primeiras horas da manhã que eu não queria que nascesse, para que meu fim, enfim, não chegasse

Mas tarda e eles cantam
Impiedosamente
Sem nenhum constrangimento
Mesmo cientes do meu desespero
Não se importam, pouco ligam
E eu, na fadiga que me aguarda, entrego também, antes do tempo, meu escudo e minha espada para que outro possa ser o guerreiro nesta batalha sem fim.

Rio, 24/4/2010