Sua ausência revela a minha fraqueza, minha doença, minha falta de ser
Traz a dor do descontentamento, expõe o fracasso de não saber brincar
Queria saber brincar desde sempre, mas não sei, preciso aprender
Tenho aprendido, tropeçando
Cansada de andar em areia movediça
Se ainda fosse água, nado bem
Especialmente em oceanos profundos e transparentes
Água turva também dispenso, o lodo não tem me feito bem, dá otite
Melhor mesmo é água doce, de rio que corre livre, mas com direção, com limpeza
Esbarra nas pedras, mas segue em frente, soberano, digno, fluído
Água parada dá mosquito, adoece
Rio que é rio não pára. Segue
Faz os contornos que as margens pedem, indicam e segue
Como se soubesse que eu o aguardo no mar.