quinta-feira, 5 de maio de 2011

Herói meu



Escrever poesia para não me afogar no pranto que não sai de mim
Ele fica e me diz que é preciso resistir, seguir sem revolta
Qual será o produto da copulação da raiva com a tristeza?
Quem será que pode conter o fluxo que já não segue mais?
Para onde será que foi toda a vida do menino que agora dorme entubado, sabe-se lá até quando?

Definitivamente o papel de boazinha nunca foi meu
Bem que tentei, mas o fígado não deixou
Contou tudo a todos e me deixou sem ter para onde ir
Às vezes nem acredito que voltei a raciocinar e escrever rápido, tão diferente daqueles dias macabros

Hoje os dias não são meus...são do pequeno herói que atravessa a tempestade, subindo montanhas e desbravando o desconhecido
Esse é o único herói de verdade


Rio, 19/2/2011