segunda-feira, 25 de abril de 2011

Um conto, um livro, uma peça, um filme, uma poesia

É tanta arte, tantas possibilidades, que fico inebriada, sem saber por onde começar
Daí não começo
Fico à espera de diretrizes, minhas mesmo, o que seria mais relevante, necessário e eficiente
Lembro que o desafio é esquecer do resultado por um tempo, até que compreenda a importância do processo
Então vou indo, produzindo sem preocupação, sem razão
Formato solto, moldura ausente
Livre
Tento ser
Livre

De mim, do eu, da personalidade-sombra que acha que sou eu
Sou mais, mais além
Mas deixa estar...um dia, um belo dia quando eu acordar, ela não mais estará
E estarei só, só o ser, conectado a tudo e a todos, sem fronteiras, nem medos, nem pudores
Assim como na hepatite fulminante
Livre de ego por alguns instantes
Só sendo...uma maravilha...

Aliás, a hepatite fulminante era o trampolim que eu precisava para o salto
Veio contribuir, auxiliar na minha compreensão sobre o prazer, felicidade, alegria e amor
Sem ela, penso que as experiências cariocas seriam mais duras, lentas e perigosas, além de menos interessantes

Sinto que a produção está por vir, como uma enchente
Aflita por não conseguir ordenar as ideias artísticas, não perco as esperanças de executá-las pouco a pouco, que seja
Meu parceiro, companheiro, irmão e primo está ao meu lado
E meu professor e diretor, à minha frente
Tudo deve funcionar
Basta eu conseguir ouvir a voz do coração mais forte que a do cérebro
Basta os neurônios darem espaço à serotonina e à endorfina que tudo será liberado
A estrada, em breve, estará desenterditada
Cada destrinchar neste instante define qual será a próxima cena e o elenco do minuto seguinte
A todo o instante, uma nova semente plantada
Não sei se será um conto, um livro, uma peça, um filme ou uma poesia
Só sei que será de dentro pra fora, de verdade.



Rio, 5/4/2010